TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO
“MISTÉRIO… POLICIÁRIO” – MA/MP (1975 – 2025)
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REGULAMENTO
1. O Torneio do
Cinquentenário de “Mistério... Policiário” (TCMP) de Problemística Policiária é uma prova aberta a todos os leitores, não necessitando de
inscrição prévia.
2. O torneio será
composto por 12 provas, uma em cada mês do ano de 2025. Cada prova, um problema policiário, será publicado sempre no dia 1 do mês
respectivo, rotativamente e em exclusivo, nos
espaços policiários aderentes: blogue Local do Crime, coordenado pelo Inspector Boavida, em localdocrime.blogspot.com (provas 1, 5
e 9); blogue Repórter de Ocasião,
coordenado pel’ O Gráfico em reporterdeocasiao.blogspot.com (provas 2, 6 e 10), blogue A Página dos Enigmas, coordenado pelo Paulo, em apaginadosenigmas.blogspot.com (provas 3, 7 e 11) e blogue
Momento do Policiário, coordenado pelo
Virmancaroli, em momentodopoliciario.blogspot.com (provas 4, 8 e 12). O prazo para
envio de soluções decorrerá até ao último dia do mês de publicação.
3. A selecção dos
problemas policiários a publicar será da responsabilidade de cada um dos coordenadores dos espaços, que os publicará em exclusivo, bem
como a respectiva solução, que
deverá ser divulgada até ao dia 10 do mês seguinte e a pontuação das propostas de solução apresentadas, que terá de ser divulgada
até ao dia 20. Os problemas
serão pontuados de 3 (simples presença) a 10 pontos (solução integralmente conseguida).
4. Em cada prova
serão seleccionadas as cinco melhores soluções participantes, segundo o critério
do respectivo coordenador, que somarão 5, 4, 3, 2 e 1 pontos especiais; estes pontos
não contarão para a classificação final do TCMP, mas servirão para todos os desempates
em caso de igualdade, ficando em vantagem o concorrente que mais destes pontos
acumular.
5. Com o mesmo
critério e finalidade estabelecidos no ponto anterior, serão seleccionadas as cinco
soluções mais originais, que somarão 5, 4, 3, 2 e 1 pontos consoante a sua originalidade.
6. A coordenação
geral do TCMP, reunindo todas as pontuações dos diversos espaços, ficará confiada
ao Clube de Detectives, coordenado pelo Daniel Falcão, em clubededetectives.pt,
que terá a responsabilidade de manter as classificações gerais actualizadas e
anunciar os resultados finais e o vencedor do TCMP no dia 13 de Março de 2026,
data do encerramento das comemorações do cinquentenário.
7. Será proclamado
vencedor o concorrente que no final das 12 provas acumule o maior número dos
pontos referidos em 3.
8. Em caso algum
poderá haver mais que um vencedor, pelo que, em igualdade pontual, será vencedor,
pela seguinte ordem, o concorrente que:
a) Somar mais
pontos especiais, referidos em 4.;
b) Tenha tido
mais vezes a pontuação máxima de 10 pontos;
c) Tenha mais
vezes obtido a pontuação máxima dos pontos especiais;
d) Tenha mais
vezes pontuado nos pontos especiais;
e) Tenha mais
pontos originais, referidos em 5.;
f) Tenha mais
pontos originais, referidos em 5;
g) Tenha mais
vezes pontuado nos pontos originais.
9. Os quatro
coordenadores estão impedidos de concorrer como decifradores, mas poderão ser
autores de um dos problemas a publicar no seu próprio espaço.
10. Qualquer
conflito relacionado com pontuações, classificações ou omissões regulamentares,
será resolvido pelo Inspector Fidalgo, a quem se poderão dirigir os concorrentes
e coordenadores, para lumagopessoa@gmail.com. Das decisões tomadas, depois de
auscultar quem entender, não haverá recurso. Pelo exercício destas funções, o
Inspector Fidalgo está impedido de concorrer como decifrador.
11. As 12 produções publicadas serão classificadas por dois confrades com vasta experiência, Big Ben e Inspetor Fidalgo, que ficam impedidos de concorrer com produções. Cada um elaborará uma classificação do 1.o ao 12.o lugar, atribuindo 12 pontos à melhor produção, até 1 ponto à menos conseguida, que enviará para Daniel Falcão, coordenador do Clube de Detectives, que compilará a classificação final. Será vencedora a produção mais pontuada. Em caso de igualdade pontual, o voto de Daniel Falcão será de qualidade para decidir e desempatar e por isso mesmo o próprio fica impedido de participar com produção.
LISTA OFICIAL DE PRÉMIOS
DECIFRAÇÃO -
GERAL:
1.º Lugar – TAÇA
2.º Lugar –
MEDALHA OURO
3.º Lugar –
MEDALHA PRATA
4.º Lugar –
MEDALHA BRONZE
5.º Lugar – LIVRO
Inspector Fidalgo
MELHORES:
1.º Lugar – TAÇA
2.º Lugar –
MEDALHA OURO
3.º Lugar –
MEDALHA PRATA
4.º Lugar –
MEDALHA BRONZE
5.º Lugar – LIVRO
Inspetor Boavida
ORIGINAIS:
1.º Lugar – TAÇA
2.º Lugar –
MEDALHA OURO
3.º Lugar –
MEDALHA PRATA
4.º Lugar –
MEDALHA BRONZE
5.º Lugar – LIVRO
Luís Pessoa
PRODUÇÃO:
1.º Lugar –
TROFÉU LUPA (Detective Misterioso) – Oferta de JARTUR
2.º Lugar – TAÇA
3.º Lugar –
MEDALHA OURO
4.º Lugar –
MEDALHA PRATA
5.º Lugar –
MEDALHA BRONZE
6.º Lugar – LIVRO
Salvador Santos
DIPLOMAS:
Serão atribuídos,
de “PRESENÇA”, a todos os participantes tanto na modalidade de decifração como
em produção.
NOTA:
- Além destes
prémios oficiais poderão ser atribuídos outros de acrescento a esta lista.
- São
Patrocinadores desta lista de prémios, os seguintes Confrades: Inspector
Fidalgo (Luís Pessoa), Inspetor Boavida (Salvador Santos), Paulo (Paulo
Viegas), Virmancaroli (Virgílio Oliveira), Daniel Falcão (José Machado),
Inspector Aranha (Domingos Cabral), Jartur (João Artur Mamede) e O Gráfico (Luís
Rodrigues). - Os prémios serão entregues aos ganhadores num possível Convívio
Policiário a realizar-se em finais de março ou num dos meses seguintes, ou no
Encontro habitual de S. Pedro de Sintra a cargo do Salvador Santos.
- Os orientadores
dos blogues que vão publicar os problemas policiários do TCMP poderão atribuir
prémios particulares em cada uma das provas.
CURIOSIDADES:
- Inicialmente
temos 21 prémios (oficiais), mais os diplomas de presença. O momento é solene e
gratificante e o que ficará para a HISTÓRIA é a HOMENAGEM AO “SETE” E À PROBLEMÍSTICA
POLICIÁRIA... 50 ANOS DEPOIS!!
CONHEÇA (AQUI!) AMANHÁ O REGULAMENTO (E A LISTA DE PRÉMIOS!) DO TORNEIO
DO CINQUENTENÁRIO (1975-2025) DA SECÇÃO “MISTÉRIO… POLICIÁRIO”, ORIENTADA POR SETE DE
ESPADAS NA REVISTA MUNDO DE AVENTURAS. E… PARTICIPE!!!
MARQUE A SUA PRESENÇA
6.º Grande Convívio Anual do "Blogue
RO"
Restaurante Cantinho da TINA
Rua Carvalho Araújo, 19/A - Vale de Milhaços
13,00 horas == 14.Dez.2024
Telefones:
211514075 - 964010247
O Gráfico: 917915573
PAULO
LIDERA CONCURSO DE CONTOS NO PRIMEIRO QUARTO DA PROVA
Antes da publicação de mais um (o décimo sexto!) original concorrente ao concurso “Um Caso Policial no Natal”, apresentamos os resultados alcançados pelos primeiros cinco contos que já foram sujeitos à avaliação e pontuação do júri, com o nosso confrade Paulo (Viseu) na liderança.
01.CONTO: O
CONTRATO, de António A.F. Aleixo
27 pontuações
validadas:
7+8+5+7+7+8+6+7+7+8+5+7+7+8+5+7+7+6+5+7+8+7+10+8+7+6+7
= 187 pontos.
pontuação média: 6,92592593;
02.CONTO: O
FANTASMA DO HOTEL INFANTE SAGRES, de Bernie Leceiro
27 pontuações
validadas:
7+7+5+7+7+8+7+7+6+7+7+6+5+6+7+6+7+7+6+5+6+8+8+7+5+5+8
= 177 pontos.
pontuação média: 6,55555556;
03.CONTO: A MINHA
NOITE DE NATAL, de Paulo
27 pontuações
validadas:
7+8+6+7+6+7+8+8+6+8+7+8+6+7+7+7+7+7+7+8+6+7+8+6+8+9+9
= 195 pontos.
pontuação média: 7,22222222;
04.CONTO: PRAZERES
DE NATAL, de O Gráfico
29 pontuações
validadas:
6+6+5+5+6+5+6+5+6+5+5+6+6+6+6+5+5+5+8+9+10+10+6+10+10+7+9+10+7=
190 pontos.
pontuação média: 6,72413793.
05.CONTO: A PRENDA
DE NATAL DA MARTINHA, de Paulo
29 pontuações
validadas:
7+7+8+7+6+6+7+6+7+8+7+7+6+6+9+8+7+8+7+8+7+6+7+7+7+8+6+9+7=206
pontos
pontuação média: 7,10344828
Eis, portanto, a
classificação até ao quinto conto:
1º - “A Minha
Noite de Natal”, de Paulo, com 7,222 pontos;
2º - “A Prenda de
Natal da Martinha”, de Paulo, com 7,103 pontos;
3º - “O Contrato”,
de António A. F. Aleixo, com 6,925 pontos;
4º - “Prazeres de
Natal”, de O Gráfico, com 6,724 pontos;
5º - “O Fantasma
do Hotel Infante Sagres”, de Bernie Leceiro, com 6,555
pontos.
“Um Caso Policial no Natal” – DÉCIMO SEXTO CONTO
A DEUSA ESCANDINAVA, de F. Mateus Furtado
Nasceu
para ser adorada e generosamente venerada por todo o Planeta, nos Tempos Modernos,
mas os seus principais apaixonados, paradoxalmente, na sua grande e esmagadora
maioria, anciãos, encontram-se em Portugal, Espanha e Brasil. Ao inverso dos
doze míticos Deuses Olímpicos, os principais residentes do Monte Olimpo,
Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ares, Deméter, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite,
Hermes e Dioniso, esta Deusa Escandinava talvez tenha surgido em meados
do século XV e embora as suas origens de etnónimos e gentílicos indiquem ou
possam parecer ser natural de uma ilha costeira ou de um lago interior,
montanha glaciar ou numa vasta floresta, na verdade, os seus devotos nascidos
em Espanha e Portugal exigem, para si, nos seus Países, o aparecimento desta
jovem e misteriosa Deusa, que representa para os seus apaniguados um conceito
de natureza divina que não teve princípio nem nunca se conhecerá o seu fim. Uma
Deusa, de atributos de todo o conhecimento, de poder ilimitado, de sorte, de
querer vencer, de magia, perfeita, dedicada e amorosa.
Habitualmente
esta Deusa é venerada por grupos, isolados, de quatro apaixonados que cumprem
as regras rigorosas do culto, para que a sorte não lhes seja nefasta e em
nenhuma das orações, quando se exige que o momento seja silencioso, os
adoradores devem comunicar entre si. É altamente proibido... para que
não sejam castigados! Por vezes, como nas alturas da Quadra Natalícia reúnem-se
muitos admiradores para o respetivo preito, mas entre... bacalhau, peru, galo e
cabrito, polvo, camarão tigre ou simples, filhós, sonhos de natal, fatias
douradas, coscorões, rabanadas, azevias, arroz doce e aletria, pão de ló e lampreia
de ovos, tronco de natal, bolo-rei, bolo-rainha, bolo príncipe ou escangalhado,
vinhos de todas as espécies, cervejas, águas, sumos e licores, aguardentes,
whiskys, ginja de Óbidos Vila Rainha e outras bebidas... quando o momento é de
solenidade devida, depois dos primeiros festejos, cumprimentos, entre abraços e
beijos, o silêncio impõe-se e formam-se os grupos de quatro partidários, na
maioria anciãos, de ambos os sexos e, por vezes gente nova, discípulos que
assimilam os princípios de adoração da Deusa Escandinava. E a celebração
começa e realiza-se, por vezes com frenesim silencioso, mas amistoso e
depois das homenagens é o momento do sentar à mesa, de confraternizar depois da
Deusa amar e saudar esquecendo, por algumas horas, a Escandinava que lhes
alegra e recreia os espíritos.
Desta
vez, na celebração e veneração de um Natal que se esperava fantástico, em 2022,
após a Pandemia do Covid-19, onde, em conjunto, os devotos da Deusa
Escandinava estiveram impedidos de se reunir, em festa, durante dois
inconfortáveis e desunidos anos (2020 e 2021) - a “coisa” correu mal, pois, os
apaniguados, sedentos da prestação do culto à Deusa Escandinava, antes do
momento solene beberam e comeram demasiado, abusando nos aperitivos, e entre
comidas e bebidas o discernimento já não era igual, como antigamente, e os
regulamentos deixaram de ser escrupulosamente cumpridos!
Este
tão desejado reencontro Natalício, após Pandemia, foi esperado para aquecer os
corações calorosos e especiais dos admiradores da Deusa Escandinava, mas
num momento casual e fortuito, sem qualquer intuito, quebrou-se o silêncio, em
determinado lugar, num dos grupos de quatro devotos... e as altercações
surgiram do nada... dois entusiastas e discípulos, de idade muito avançada,
saíram das suas posições de veneração... levantaram - se autoritários,
agressivos, acusadores, de dedo em riste, perante os seus irmãos, os piropos e
as acusações malévolas de tom malquerente entoaram no ar... o sossego
desapareceu...para desconforto total de todos os presentes!... O ambiente
aqueceu!
...As
palavras de calma e serenidade perdiam-se no meio de outras... exaltantes, ameaçadoras
e sem nexo... e de repente... uma das mesas foi virada de suportes para o ar! O
pânico instalou-se, naquele dia de Natal, entre os apaniguados da Deusa
Escandinava, e ela nada podia fazer para os acalmar...
...Um
grito, um empurrão, oradores descontrolados... uma mão no bolso de um casaco...
uma arma à vista... num punho em riste... realista... para surpresa total!
- Não
faças isso!... - ouviu-se entre alaridos e confusão.
- É
normal! Acontece numa situação ocasional! - tentava acalmar, entre gemidos, um
irmão.
- Tem
calma... guarda a arma! - sugeriu-se de antemão.
- Batota,
batota! Vais pagar!! - gritou o desgovernado ancião.
De
repente, um silvo, um disparo, um tiro (!?), ecoou no ar... por demais... em
enorme perturbação! Evidentes sinais, uma cápsula cai estridente no chão... um
homem tomba, cai, inerte... sangue brota da zona do seu coração! Ninguém se
mete!... Situação penosa!
Gritaria,
lamentação ruidosa, vozearia, chamou-se a Polícia!
..................................................
♥️♠️♦️♣️ ..................................................
Terminou de forma danosa, com a breca, aquele Torneio Natalício de SUECA!
AVALIAÇÃO-PONTUAÇÃO
Os nossos leitores têm a partir de agora 30 (trinta) dias para proceder à avaliação deste décimo sexto conto a concurso e ao envio da pontuação atribuída, entre 5 a 10 pontos (em função da qualidade e originalidade), através do email salvadorsantos949@gmail.com. Recorda-se que o conto vencedor do concurso será o que conseguir alcançar a média de pontuação mais elevada após a publicação de todos os trabalhos, sendo possível (e muito desejada!) a participação dos autores no “lote de jurados”, estando, porém, impedidos de pontuar os seus originais (escritos em nome próprio ou sob a forma de pseudónimo), de maneira a não “fazerem juízo em causa própria”.
TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO
“MISTÉRIO… POLICIÁRIO” – MA/MP (1975 – 2025)
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Já é conhecido o quarto problema do Torneio Rápido. Rápido porque não tem muitos problemas, e rápido no tipo de resposta exigida: apenas a indicação da opção correta.
Torneio
Rápido
Problema nº 4
O Mistério
das joias roubadas
Autor: Paulo
Narciso Morais
olhou o relógio que marcava dezassete e dez. Depois, deu uma corrida desde o
carro até à porta da casa, aproveitando o facto do portão que dava para a
rua estar aberto. Tentava, assim, poder fugir à chuva que desde a véspera à
noite insistia em cair. Meia hora antes, quando saíra da sede, o sol tinha
feito uma visita e ele avançara sem guarda-chuva, mas a chuva, na forma de
chuvisco incomodativo, voltara, e agora teria que aguentar com ela sem proteção
alguma.
A casa ficava
numa zona relativamente isolada, rodeada por um pequeno muro, fácil de
transpor. A envolver a casa existia um jardim com canteiros bem tratados, o que
decerto traria custos elevados para o proprietário da vivenda. Da rua até
à porta havia um pequeno caminho calcetado com pequenas pedras de granito,
cravejadas no chão de terra.
Ainda antes de
bater à porta, Narciso Morais decidiu perder o medo à chuva e avançar pelo
passadiço de grandes pedras, de um tipo inidentificável para ele, que
contornavam a casa junto das paredes da mesma. Do lado direito da casa, alguns
arbustos e canteiros enchiam o terreno, mas, nas traseiras, onde chegou depois
de percorrer a parede lateral, a paisagem era diferente. O chão em terra mexida
recentemente, mas perfeitamente liso, ocupava quase todo o espaço.
Provavelmente teriam andado a semear relva. Ao fundo era visível uma pequena
arrecadação com a porta aberta, e no muro lateral havia uma churrasqueira em
tijolo. Encostada à parede da casa estava uma escada metálica, com a base
apoiada na terra e o topo embatendo no parapeito de uma janela do 1º andar.
Via-se bem que se tratava de uma escada com pouco uso, ainda com o metal
brilhante, sem marcas de desgaste ou lixo, apenas com o brilho embaciado pela
água que a cobria.
Debaixo da
escada, por sobre o passadiço, viam-se alguns vidros partidos. Olhando para
cima, para a janela, com mais atenção, Narciso Morais notou que estava aberta,
e que era de lá que provinham os vidros.
Dirigiu depois a
sua atenção para o terreno escuro onde se viam bem marcadas duas séries de
pegadas, uma no sentido da arrecadação e a outra no sentido contrário, com a
mesma forma e tamanho.
Continuando a
contornar a casa verificou a existência de marcas de terra no passadiço. Junto
da esquina, havia um monte de terra maior, como se alguém tivesse feito um
esforço para limpar o calçado, e depois essas marcas desapareciam quando se
virava a esquina.
A outra zona
lateral da casa era idêntica à parte que ficava do lado oposto, pelo que
Narciso Morais não se demorou em observações, continuando até chegar novamente
junto da porta da casa. Reparou, então, que não havia campainha, pelo que lá
teve que se meter à chuva novamente, ir junto do portão, na rua, e carregar no
botãozinho mágico.
A porta foi
aberta por um indivíduo que se apresentou como Jaime Ramos e proprietário da
casa. Após as apresentações contou o que se passara.
- Sou médico,
estava a trabalhar no consultório, quando pelas quatro e um quarto a empregada
me telefonou a dizer que tinha havido um assalto cá em casa. Tive que despachar
o doente que estava a consultar e vim imediatamente. Reparei que a janela do
meu quarto estava completamente aberta e que as joias que eu tinha aqui em
casa, e que eram da minha falecida esposa, (sabe que sou viúvo), tinham
desaparecido.
- Estavam
guardadas dentro de algum cofre?
Notou-se algum
embaraço de Jaime Ramos a responder.
- Não, não
estavam. Sabe, nós pensamos que estas coisas só acontecem aos outros. Tinha as
joias dentro de estojos em gavetas, e nem seguro tinha.
Enquanto
falavam, foram subindo e, em cima, dirigiram-se para o quarto onde fora
cometido o roubo.
- Quem é que
vive nesta casa?
- Eu e o meu
filho, que tem 17 anos. É estudante e frequenta o 12º ano. Ainda não chegou a
casa.
A desordem era
total, com todas as roupas espalhadas, gavetas abertas e tiradas dos móveis, e
alguns estojos de joias abertos e espalhados pelo quarto.
A janela aberta
deixava entrar algumas gotas de chuva, num chão envernizado e bem limpo.
Não podendo
fazer mais nada, enquanto não chegasse o técnico da recolha das impressões
digitais, Narciso Morais pediu para falar com a empregada.
De nome,
Margarida, aparentava ter cerca de trinta anos.
- Ainda não me
recompus. Estava no hall de entrada a limpar o móvel que lá se encontra, quando
ouvi vidros a partir. Fiquei atenta, ouvi um novo som de vidros partidos,
espreitei na sala, na cozinha, e depois subi a correr ao 1º andar, embora
confesse que foi uma imprudência, pois podiam matar-me. Só que na altura não
pensei nisso.
Entrei logo no
quarto do senhor doutor, vi o estado em que ele se encontrava e corri para a
janela. Ainda vi um vulto que acabara de virar a esquina da casa, depois de ter
descido as escadas.
Fiquei muito
aflita e telefonei ao senhor doutor.
Narciso Morais
pediu para dar uma volta pela casa, o que fez acompanhado pelo médico, não
encontrando nada de relevante.
Havia o quarto
do jovem filho do médico com alguns posters colados pela parede e alguma
desarrumação, justificada pelo dono da casa, que disse que o filho não
apreciava muito as arrumações que a empregada lhe fazia no quarto.
Havia ainda
outro quarto, para visitas, que se encontrava com os estores
fechados.
No rés-do-chão,
havia uma grande sala bem mobilada e com as paredes cheias de quadros, uma
cozinha de tamanho razoável, em estado impecável, e um compartimento que servia
de escritório. No hall de entrada havia um pano de pó, abandonado em cima de um
móvel. Todas as janelas se encontravam fechadas e era impossível abri-las por
fora. Na cave, além da garagem, existia uma lavandaria, com uma tábua de passar
a ferro, roupa dobrada, pronta para ser arrumada, e um cesto de peças de tecido
acabadas de secar. Existia também uma arrecadação com calçado, onde se
encontravam uns sapatos de mulher completamente encharcados.
Embora fosse
conveniente efetuar algumas perícias técnicas Narciso Morais não tinha grandes
dúvidas sobre o que sucedera.
A – O roubo foi
efetuado pelo filho do médico, para arranjar dinheiro.
B – O roubo foi
realizado pelo médico, pois mente ao dizer que “despachou” um doente e ficou
atrapalhado com a questão sobre as joias.
C – O roubo foi
feito pela criada que mente e não conta como os factos se passaram na
realidade.
D – O roubo foi cometido por alguém estranho à casa, pois não há indícios de que alguém da casa o pudesse cometer.
A resposta,
indicando apenas a letra com a opção correta, deverá ser enviada até ao final
do dia 30 de novembro para apaginadosenigmas@gmail.com.
Oferecido pelo
Clube de Detetives teremos o livro A Cruz do Sul de Patricia
Cornwell.
Torneio Cultores do Policiário
PRODUÇÃO
Classificação
Final
“OS PRODUTORES
VOTARAM... e já está encontrado o VENCEDOR DA PRODUÇÃO, ou seja, para os menos
habituados à Problemística Policiária... está encontrado aquele que foi o
MELHOR PROBLEMA POLICIÁRIO do Torneio, na opinião dos próprios Autores dos
Desafios! O Policiarista "Inspector Fidalgo" absteve-se de votar,
pois justificou dizendo que não acompanhou a 100% todos os Problemas
Policiários e o Policiarista "Abrótea" decidiu-se por votar com 5, 4
e 3 pontos os melhores e depois atribuir "2 pontos" a todos os outros,
restantes... facto que não beliscou nem influenciou as escolhas finais! Muitos
parabéns, a todos os Autores dos Enigmas! Saudações Policiárias. Repórter de
Ocasião – O Gráfico – RO”
E O GRANDE
VENCEDOR É… INSPECTOR PEVIDES!!!
Eis o resultado
final da votação:
1º Morte na
Legião (Inspector Pevides) – 30 pontos.
2º Um, Dois,
Três... Enigmas! (Daniel Falcão) – 21 Pontos.
3º Um Desafio
(Detective Jeremias) – 20 Pontos.
4º O Inspector
Fidalgo Aposentado (Inspector Fidalgo) – 14 pontos.
5º Em dia de
Romaria (Inspetor Moscardo) – 13 Pontos.
6º Um Corpo no
Quarto Interior (Paulo) – 9 pontos.
7º “Sir Aldra”
reaparece ou “Sir Artur ataca” de novo (Abrótea) – 8 pontos.
8º Crime ao Sol
(Faria) – 7 pontos.
9º Exposição Fotográfica Fauna Africana (Molécula) – 5 pontos.
Já é conhecida a solução de autor do 3º Problema do Torneio Rápido e respetivas classificações, que passamos a publicar:
TORNEIO RÁPIDO
“O Mistério
da Rua Escura”, de Paulo
Solução do
Autor
A resposta
correta é a hipótese B.
a) Numa rua tão
escura jamais conseguiria distinguir aquelas cores.
b) A descrição
que ele faz do sucedido, jamais permitira ver a cara do assaltante.
Resultados
7 pontos (por
ordenação alfabética)
Abrótea;
Arjacasa (TPBRO); Bernie Leceiro; Búfalos Associados; Clóvis; Detective
Jeremias; Detective Verdinha; Edomar; Fotocópia; Inspector Moscardo; Inspector
Pevides (TPBRO); Inspector Ryckyi; Inspectora Mag; Inspetor Boavida; Karl
Marques; Mac Jr.; Mali(TPBRO): Mandrake Mágico; Mister H; O Pegadas; Rodriguda;
Vic Key; Virmancaroli; Zaida. (23 concorrentes)
Classificação
Geral (por ordem alfabética)
21 pontos
Arjacasa
(TPBRO); Búfalos Associados; Clovis; Detective Jeremias; Detetive Verdinha;
Edomar; Fotocópia; Inspector Pevides (TPBRO); Inspector Ryckyi; Inspetor
Boavida; Inspetor Moscardo; Inspetora Mag; Karl Marques; Mac Jr.;
Mali (TPBRO); Mandrake Mágico; Mister H; Rodriguda; Vic Key; Virmancaroli.
18 pontos
Abrótea; Bernie
Leceiro; O Pegadas.
14 pontos
Rainha Kátia.
11 pontos
Detetivesca.
7 pontos
Zaida.
POLICIARISTA
PREMIADO
Entre todos os concorrentes foi sorteado o livro “O Vespeiro”, de Patrícia Cornwell, e o premiado foi… O Pegadas.